sábado, 28 de fevereiro de 2009

Checklist - Janeiro 2009 (Parte 2)

Como eu havia mencionado na primeira parte do Checklist, os Almanaques de Janeiro realmente tinham mais alguns roteiros meus republicados aqui e ali...




Almanaque da Mônica 13
História de fechamento: "Amarelinha" –
Mônica e Denise jogam amarelinha no meio do campinho quando o DoContra aparece para zoar o barraco.
Essa foi uma das primeiras histórias que eu escrevi substituindo a Magali pela Denise. No roteiro original era a Magali quem jogava amarelinha com a Mônica, mas como o enredo pedia alguém com mais desenvoltura (mais desbocada) para contrabalancear toda a frescurite da personagem principal, eu acabei optando pela Denise que, na época, ainda não usava suas famosas gírias descoladas, mas já era bem cínica e irônica. Apesar de ser uma história da Mônica, a dentuça acaba servindo apenas de escada para as piadas do DoContra, que roubava a cena sempre que aparecia.




Almanaque do Cascão 13
História de Miolo - Bidu e a Grande Aventura -
Entre uma montanha de neve, uma tribo de índios canibais e uma ilha deserta, Bidu e Bugu tentam chegar vivos ao final do roteiro.
Numa época em que eu estava disposto a tirar as histórias do Bidu do ostracismo e daqueles intermináveis bate-papos com a Dona Pedra eu comecei a investir mais no Bugu (a verdadeira estrela dessa história), escrevendo roteiros onde ele é o personagem principal e o Bidu apenas um coadjuvante (ex: "Baticão", "A Origem do Bugu/A Origem do Astronauta", etc...).
Na minha opinião, o Bugu (assim como outros personagens secundários) tem um enorme potencial para o sucesso, mas ele é muito mau utilizado em histórias que sempre acabam na desgastada fórmula disfarce/chute-na-bunda/tchau-mamãe.

História de fechamento: "O Mistério do Lápis sem cor" – Esse roteiro foi baseada numa dúvida que eu trago desde a infância: "Pra que demônios serve o lápis branco que vem dentro das caixas de lápis de cor? Será que existe um universo paralelo onde todas as folhas dos cadernos são pretas pra gente poder escrever com aquele inútil e bisonho lápis sem cor?" Mônica, Cebolinha e Magali revelam o terrível segredo por trás da lenda do lápis branco e o Cascão acaba descobrindo que existem algumas perguntas que nunca devem ser feitas.




Almanaque do Cebolinha 13
História de fechamento: "O Bolo de Chocolate Mágico" –
Dudu encontra um bolo de Chocolate no meio do campinho e percebe que ele realiza desejos como num passe de mágica. Cebolinha, que deveria ser o personagem principal, aparece só na quarta página da história, confirmando a minha teoria de que os secundários são sempre mais divertidos de se escrever.

Verdade seja dita, os personagens ditos "secundários" são como uma puta cerveja gelada num dia de calor fudido para o universo da Turma da Mônica, onde os medalhões (Mônica, Magali, Cebolinha e Cascão) são tão doces como uma colher de mel numa sopa de leite condensado.

Todos os personagens principais têm a dura responsabilidade de educar, inspirar e servir de modelo para todo o público infantil. Já os secundários não têm essa pesada cruz para carregar nas costas. Eles podem ser rebeldes, cínicos, irônicos, sarcásticos e politicamente-incorretos sem dar mau exemplo para os leitores (já que os medalhões estarão sempre ali para dar a velha lição de moral). Não é à toa que na maioria dos meus roteiros os "secundários" sempre tomam as rédeas da história e os "principais" atuam como meros coadjuvantes...